domingo, 14 de novembro de 2010

Um Beatle em Porto Alegre e a força da música.


O último dia 07 de novembro foi um dia mágico para todos os gaúchos. Pisou em solo gaudério o sr. Paul McCartney. Não consegui comprar os ingressos. Foram mais de 45.000 vendidos em apenas duas horas o que causou um desconforto aos milhares que ficaram de fora.Ao contrário de outros ultra rock stars que precisam de bandas com dez, onze ou doze integrantes , Paul veio com uma formada por ele e mais quatro músicos e um som de arrepiar.Uma mega estrutura de palco e luz montadas no Beira Rio. Parabéns a torcida colorada que comprou 35.000 ingressos , já que os sócios tinham privilégios na hora da compra. O que se viu e ouviu naquela bela noite gaúcha foi um espetáculo jamais presenciado por estas bandas. Sempre ouvimos e lemos sobre as histórias do poder da música e de suas canções e os momentos mágicos que ela proporciona, mas sentir isso de verdade é outra coisa. Mesmo quem ficou em casa e curtiu alguns poucos momentos em flashes via televisão ou rádio conseguiu sacar a atmosfera daquela noite. Na chegada Paul já foi diferenciado, circulou de carro pela cidade, parou, abraçou e deu a mão aos fãs. Durante o show falou em portugues com a platéia. Humildade em pessoa.Músicas como Yesterdays, Something, My Love, Band on The Run, Day Tripper e Live and Let Die não precisam de comentários. O ápice do final de Hey Jude com mais de cinquenta mil pessoas cantando e chorando foi demais para muitos. Não há como negar a boa música faz um mundo melhor e é atemporal. Movidos por este momento ficamos envoltos naquela atmosfera por mais no mínimo uns três dias. Jornais, rádios, televisão não cansaram de repetir e mostrar o que parecia impossível. Uma noite inteira de música, paz de espírito, não-violência. O dia em que Porto Alegre parou para reverenciar o poder da música que somente os gênios conseguem. Paul evidenciou isso cantando "Give Peace a Chance" na homenagem a John Lennon.

Memórias - Dezembro de 1998 e janeiro e fevereiro de 1999.It´s just the beginning...


Engraçado lembrar que quem me apresentou o Hangar foi o Juliano Vedoy, que hoje é guitarrista da Riffmaker, nossa banda de covers. Na realidade eu , o Juliano e o Marcelo Rodrigues (tecladista da Riffmaker) já havíamos começado esta banda em 1997/98 ,depois paramos e voltamos somente em 2004 com poucos shows. Pois no longínquo ano de 1998 eu já estava disposto a parar de tocar com banda e ficar somente estudando em casa. Lembro que o Juliano comentou que havia uma banda de metal no seu bairro.Os caras ensaiavam feito loucos e iriam abrir o show do Angra no Bar Opinião em Porto Alegre. Isto foi em novembro e guardei o nome da banda "Hangar". Em dezembro coloquei um anúncio nos classificados de um jornal local vendendo meu cubo Meteoro QX200 (sim...) . Ao lado do meu anúncio um outro dizia, "Banda Hangar procura baixista com influências de Dream Theater, Stratovarius, Helloween...". Lembrei-me de imediato do nome, pois era a banda que tocara com o Angra no mes anterior. Resolvi ligar por curiosidade e do outro lado da linha quem atendeu foi um cara com um nome não muito comum, "Aquiles". Bem receptivo ele me disse que sim , estavam procurando um baixista e me apresentei, ao que ele prontamente respondeu para marcarmos uma conversa. Isso aconteceu no dia 20 de dezembro de 98. Marcamos o encontro em um Shopping na zona norte de Porto Alegre. Eu que esperava três caras cabeludos com caras de malvados acabei me deparando com 2 caras de cabelos curtos, bem vestidos, comportados. Dois até usavam óculos para enxergar melhor. A típica imagem de "nerds do metal". A primeira conversa foi permeada de conceitos típicos da época. Bandas que gostavam, influências, enfim um blah,blah,blah que disfarçava a insegurança de cada um.A data foi 23 de dezembro, uma quarta feira se não falha a memória. O Mike sempre boa praça, o Cristiano mais inquieto mas com uma grande auto confiança e o Aquiles com seu bom humor de sempre. Logo em seguida vinha o Natal e o final do ano e assim marcamos mais um encontro para janeiro. Cheguei ao estúdio onde eles estavam mixando o que seria o Last Time e a primeira musica que ouvi foi "Voices". Achei estranho porque a minha referência de "metal melódico"(arghh).. era o Angra e aquilo que eu ouvi não era nada parecido. Eu até cantei uma parte de uma música minha para evidenciar o que eu achava que era mais melódico. Até hoje sou cobrado por isso, imagina a "pegação" no meu pé...Chegou fevereiro e eu já estava com uma fita cassete, sim fita cassete, nem sei se isso existe atualmente. A fita tinha oito musicas. "Never Die" do Malmsteen, "Before the War" do Helloween, "Burning my Soul" do Dream Theater,"Will the Sunrise, Visions, Speed of the Light, Legions e Black Diamond" do Stratovarius.Como eu não teria muito tempo pra preparação fui até a casa do Cristiano que me passou algumas dicas dos arranjos. Cheguei pra tocar meia boca mesmo. Rolou até um stress com o Aquiles por causa de uma música que eles queriam muito tocar que era a "Visions" do Stratovarius que tinha dez minutos. Eu sabia algumas partes e toquei "algumas partes" de cada música. O resultado não veio de imediato , mas lembro que deixamos março chegar porque a produção do cd que havia sido gravado no final do ano de 98 estava a caminho, então o mais importante era dar continuidade neste processo. Não me lembro muito bem , mas não houve nem um "sim" ou convite para entrar na banda. Apenas começamos a ensaiar no final de março de 99.Isso é normal no Hangar, lembro da entrada do Fábio na banda. Ele nem sabia e leu um comunicado na Rock Brigade em 2001. "Fábio Laguna, novo integrante da banda Hangar". Segue uma foto da época. Acho que de 1999 na cidade de Gramado na serra gaúcha onde iríamos tocar. No final o show não rolou, mas ai já é outra história...