quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Mod, rock, heavy , afinal o que é atual???

Será que estética tem a ver com música? ou ela diferencia seguimentos?Ou tudo não passa de palavras e pensamentos que não levam a nada?
Durante o ano de 2009 costumávamos ensaiar com a Riffmaker em um estúdio no centro de Porto Alegre. Este estúdio funciona como uma espécie de "Meca" do Indie, Alternativo, Mod ou seja lá o que seja chamado esta onda de música gaúcha que abastece o mercado local. O que era muito engraçado é que a quando eu chegava no local me deparava com um choque visual e musical. Era um desfile de músicos vestidos com calças super justas, coletinhos , jaquetinhas verde, boinas, terninhos estilo Beatles, sem falar nos cabelos e nas suíças, cortados no maior estilo Seleção Holandesa de Futebol de 1974. Sério, procurem uma foto da Seleção da Holanda de 1974 ou do Emerson, Lake and Palmer de 1971 e vocês terão uma penca de modelos para cabelos para tocar em bandas indie de Porto Alegre. A sonoridade também é especial. Alguma mistura de coisas antigas de The Who mas principalmente dos Stones dos anos sessenta. Até a dancinha do Mick Jaeger os caras fazem exatamente igual, além das guitarras e baixos estilo Beatles de ínicio de carreira . Parecia que tinhámos entrado em uma espécie de túnel do tempo, voltando a Londres dos anos sessenta. O interessante mesmo é que os caras ficavam olhando pra mim e pro restante da banda e eu sentia alguma coisa no ar, tipo "ih chegaram os caras cabeludos, metaleiros e que tocam aquelas músicas antigas barulhentas do Van Halen e do Whitesnake". Em um contra senso total por duas ou três horas que ficássemos naquele estúdio éramos vistos como uma banda de caras que "tocam músicas chatas, velhas e barulhentas", além de vestirem-se como "aqueles caras do primeiro Rock`n` Rio". O choque de gerações ou de informações era muito engraçado porque não deixávamos "passar" o momento e vez por outra alguém mais empolgado ficava tirando a maior onda com os caras, imitando a dancinha do Jaeger dos seus piores momentos, tudo dentro da sala de ensaio lógico , para não gerar mais desconforto. Alguns meses depois paramos de ensaiar neste estúdio, mas sei que os caras trabalham bem, possuem gravadora, fazem lançamentos de bandas do estilo etc...estão trabalhando pelo que vieram , ou seja , pela música e pelo seu sustento. No final das contas tudo não passa de um grande mal entendido. Não podemos deixar de levar em consideração todas as fases e bandas que começaram toda história desde os anos sessenta, passando pelos setenta e oitenta e chegando até os anos atuais onde me parece que nada mais é novidade em matéria de estética visual. Não adiantaria em nada enfrentar uma situação destas tentando convencer que os Stones são mais antigos do que o Bon Jovi por exemplo. Cada um faz o que curte, embora eu ache que estas situações estão cada vez mais distantes. Até mesmo os vários segmentos do metal estão mais próximos e é muito comum todas as tribos estarem juntas em um mesmo show. Parece que hoje o mais importante é a diversão e não perder tempo decidindo-se por um segmento do rock, seja ele musical ou visual. Eu não vejo nenhum problema em ouvir "Desperado" do Eagles, vestindo uma camiseta preta do Hangar, tomando chimarrão no final da tarde com esta brisa geladinha vinda do sul...muito bom.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Músicas que marcaram : Capítulo Um - Don´t Stop Believin´ - Journey


Nesta série pretendo falar de músicas importantes que passaram pela minha vida e a de muitos amantes da música em geral. Talvez a lista apresentada não seja nenhuma surpresa , já que o meu gosto pessoal geralmente vai ao encontro normal de quem gosta de classic rock e metal tradicional. Com certeza algumas músicas nacionais também serão lembradas. Dificilmente leio textos que falam especificamente sobre músicas isoladamente, então o tema passou a ser interessante. De alguma maneira é uma forma de recordar de alguma coisa. A ligação com suas memórias do passado e o seu link com o presente e talvez o futuro. É o famoso "teste do tempo".Quando gostamos de uma música, podemos traduzir que ela o conquistou por uma série de fatores. Eles podem simplesmente passar despercebidos, mas com o passar do tempo e a sua "imortalidade", a sua continuidade na memória, você poderá distinguir que alguns fatores são primordiais. Melodia, harmonia, timbres, letras, ritmos. Tudo isso fica no seu consciente. A opinião que expresso aqui é totalmente particular e parte do suposto que a soma dos fatores acima conseguiu te "prender" e ativou alguma parte do seu sentimento. De alguma forma quando você ouve "aquela" música está sentindo alguma "coisa", ou seja ela "toca" o seu "sentimento".
Don´t Stop Believin´ foi a primeira música do disco Escape. Lançado em 1981 pela banda Journey foi um sucesso comercial no mundo todo. Aqui no Brasil fez parte de uma campanha de comerciais de uma grande marca de cigarros, provavelmente durante o ano de 1982/1983. Iniciando com uma sequência de acordes no piano de Jonathan Cain, acompanhado pelo baixo de Ross Valory e a voz de Steve Perry , a história da "garota do interior e do garoto crescido ao sul de Detroit" que tomam o "trem da meia noite sem destino certo" vai ao encontro do "sonho americano", a busca pela emoção, pelo destino melhor e maior. Logo em seguida a guitarra de Neal Schon e a bateria de Steve Smith imprimem um outra figura a música, embalando a jornada por imagens da noite que com certeza todos nós já passamos. "Estranhos subindo e descendo a rua.Pessoas paradas nas ruas vivendo apenas para encontrar emoção. Alguns ganharão e outros perderão. Trabalhando duro para ter o que quer, é assim sem parar." Quem não passou por isso? Continuando no crescendo a música chega ao ápice no refrão, que diferentemente de outras canções fica no final da música. "Não pare de acreditar". A mensagem é positiva, a busca e a esperança de chegar lá, em algum lugar melhor. Os arranjos parecem fáceis mas algumas pegadinhas estão presentes. Já vi muita gente tocando errado esta música. O que posso falar é que ela é "atemporal", faz parte do Olimpo dos clássicos reunindo todos os quesitos descritos na primeira parte do texto; melodia, harmonia, letra, ritmo. O sentimento que proporciona depende da individualidade de cada um. No meu caso é uma canção obrigatória em todos os shows da minha banda de covers Riffmaker. Nós a tocamos como se fosse uma música da própria banda, fazendo uma reverência a sua importância histórica e a tudo que representa. Que assim seja, eu continuo acreditando.

Don´t Stop Believin´
(Steve Perry, Jonatham Cain, Neal Schon) - Journey - Escape - 1981

Just a small town girl
Livin`in a lonely world
She took the midnight train going anywhere
Just a city boy
Born and raised in South Detroit
He took the midnight train going anywhere

A singer in a smoky room
The Smell of wine and cheap perfume
For a smile they can share the night
It goes on and on and on

Strangers waiting
Up and down the boulevard
Their shadows searching in the light
Streetlights people
Living just find emotion
Hiding somewhere in the night
Working hard to get my fill
Everybody wants a thrill
Payin`anything to roll the dice
Just one more time

Some will win, some will lose
Some were born to sing the blues
Oh, the movies nevers ends
It goes on ad on and on

Don´t stop believin´
Hold on to teh feelin´
Streetslights people



segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Memórias - 05/06/1999 - Lançamento do Last Time


Onze anos são bastante tempo. Muita coisa aconteceu e o mundo hoje é completamente diferente. A música também. Porto Alegre do final dos anos noventa para o metal se resumia a algumas lojas , bandas que tentavam levar adiante os seus projetos e poucos lugares para tocar. Toda aquela efervescência do inicio da década tinha passado e fazer música naquele momento era um pouco complicado. Lembro que alguns festivais no Auditório Araújo Vianna e apresentações esporádicas no Garagem Hermética ou no Teatro de Elis. Gravar e produzir um CD e depois lança-lo era um trabalho para poucos. Não andávamos nas rodas de cerveja da Osvaldo Aranha e muito menos vestíamos de preto durante os sete dias da semana. Trabalhávamos em nossos empregos comuns e nos finais de semana ensaiávamos a exaustão e planejávamos nossos próximos passos. Assim sendo , o lançamento do nosso primeiro CD teria que ser muito bem feito e planejado. Um verdadeiro acontecimento. Foi assim que trabalhamos durante dois meses para que tudo desse certo. Mandamos imprimir cartazes no formato de A3 e começamos a cobrir a cidade com os mesmos. Saíamos a noite nos carros do Cristiano ou do Aquiles. As vezes no meu mesmo. Dentro carregávamos baldes de grude que só o Michael sabia fazer. Uma mistura de farinha com algum outro ingrediente, mas que ficava parecida com uma outra coisa bem masculina que acredito não preciso descrever. Na madrugada um ia passando grude com pincel e o outro colando e todo mundo sujando as mãos naquele líquido branco viscoso. Era uma diversão e uma "pegação de pé" por causa da sujeira. Íamos colando sem parar em vários pontos tradicionais da cidade e bairros onde havia música ao vivo. Na rua Venâncio Aires quase esquina com a João Pessoa colamos cerca de 150 metros de cartazes em duas ou três fileiras. O cartaz era azul e chamava muito a atenção.No outro dia o pessoal da Prefeitura nos localizou e mandou que tirássemos os cartazes ou iria nos multar ou cancelar o show. Lá foi o Michael arrancar todos os cartazes da parede. Fizemos um trabalho de divulgação bem legal em jornais locais. Uma parte engraçada foi quando fomos a Tv da Ulbra em Canoas na Grande Porto Alegre. Fomos , eu, o Cristiano e o Mike. O apresentador fez uma pergunta pro Cristiano sobre as letras das nossas músicas e o "Alemão" se perdeu dizendo "as letras são assim meio que sem sentido". Lógico que ele estava querendo dizer que as letras eram abstratas e não tratavam de um assunto específico.Até hoje onze anos depois nós ainda lembramos desta gafe e brincamos muito quando alguém pergunta sobre as letras da banda:"ahhh são assim meio que sem sentido...".
Ensaiamos muito as seis músicas de nosso CD e teríamos que completar o set com covers de bandas que tinham a ver conosco na época. Vendo agora eu acho graça. Dá pra entender tocar quatro músicas do Stratovarius???Tinha também Iron Maiden, Malmsteen, Helloween e Deep Purple. Pra complicar, como era de costume, tocávamos um meddley instrumental do Pantera que tinha uns oito pedaços de músicas conhecidas e um meddley do Dream Theater que se não me engano continha partes de umas três ou quatro músicas também. Na soma total o set era de difícil execução, rápido,veloz e técnico. Contratamos uma equipe de som da cidade de Igrejinha, que já viria com as camêras para gravar o vídeo do show. Aliás eram duas ou três não me lembro muito bem. O que não contávamos era com a pouca iluminação do local, que fez com que a gravação ficasse escura. Naquela noite toda a "metal city" se moveu a uma só direção, o Bar Fim na Avenida Osvaldo Aranha, bairro Bom Fim. Foram mais de 600 pessoas que lotaram o bar e viram ali a consolidação do Hangar na cena do metal gaúcho da época. Abrir o show do Angra sete meses atrás tinha sido um cartão de visitas , mas gravar, promover e lançar um cd era para poucos e foi um grande marco. Bom lembrar deste dia. Em breve mais "memórias".

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Colorado , o justo jogo chamado futebol.


Futebol é assim mesmo. O "se" acontece a todo momento. Caso o time não tivesse perdido tantos gols...Ora o atacante perde tantos gols porque não está tão bem preparado quanto o seu oponente, tanto sendo o goleiro quanto o zagueiro. Os dois gols tomados pelo Inter e os que não foram marcados tem explicações óbvias. O desenho da derrota do Inter hoje estava sendo feito a cerca de três meses. Por um lado a equipe foi campeã da América pela segunda vez em agosto passado jogando um futebol bonito mas onde já percebíamos alguns erros de avaliação de jogadores e de posicionamento. O time que jogou hoje e antes, metade do campeonato brasileiro, não apresentava um goleiro confiável. Renan, Lauro e muito menos Pato convenceram. Time sem goleiro bom é um grande problema. Na lateral direita Nei não pode ser titular de um clube como o Inter. Na zaga temos dois dos maiores nomes da história do clube, Bolívar e Índio, que juntos somam 18 títulos conquistados, porém hoje não possuem mais o mesmo condicionamento físico que alguns anos atrás. Talvez Bolívar devesse ser o titular acompanhando por outro colega mais novo que ainda não está no Beira Rio. Na lateral esquerda Kléber é excelente , mas cumprindo ordens do seu treinador fica mais na marcação do que no apoio. Os times do Inter de 2005 até 2008 sempre tiveram laterais esquerdos que faziam as vezes de apoiadores, Jorge Wagner, Marcão, Rubens Cardoso. Eles sempre somavam ao ataque e constituíam uma alternativa ofensiva forte. Celso Roth hoje preferiu poupar seus laterais que apoiaram pouco em comparação com os jogos da Libertadores. O meio de campo que em agosto tinha Sandro, Guinazu, Giuliano e Dalessandro e o ataque com Taison e Alecsandro foi alterado. A saída do Sandro para o Tottenham foi muito além do que possamos imaginar. Foi a pior alteração que poderíamos ter. Sandro além de jogar de cabeça erguida, coisa que somente os grandes jogadores do meio campo fazem, desarmava bem e ficava com todos os rebotes, a chamada "segunda bola". A sua substituição por um jogador mediano como Wilson Mathias foi como uma piada de mau gosto assinada embaixo pelos dirigentes do Inter. Guinazu passou a jogar menos. Embora Tinga tenha dado um pouco mais de consistência ao meio, a sua série de lesões prejudicaram a ele e ao conjunto. A segunda pior alteração foi a saída de Taison. Taison não era unanimidade na torcida, mas hoje vendo as atuações de Alecsandro, conseguimos enxergar o quanto ele era participativo. Rafael Sóbis parece que carece de mais ritmo, aliás bem mais. O time envelheceu, jogadores como Bolívar, Ìndio, Guinazu e Tinga precisam ser suportados pela meninada. Aliás a gurizada está ai. Oscar, Sasha, Giuliano, Muriel. Talvez esteja na hora de contratar um bom lateral direito, um zagueiro e mandar alguns embora. O resultado de hoje foi surpreendente e ficamos tristes mas não podemos esquecer que nos últimos seis anos fomos Campeões do Mundo em 2006, da América em 2006 e 2010,da Recopa em 2007, da Sul Americana em 2008, da Copa Suruga em 2009, Dubai Cup em 2008, Gaúcho em 2008 e 2009, vice brasileiro em 2006 e 2009, vice da Copa do Brasil em 2009. Ninguém teve mais títulos ou finais do que este clube nos últimos anos. O futebol é cíclico. A base é boa. São 107 mil sócios, uma estrutura que poucos tem no Brasil. Em matéria de organização estamos entre os melhores e nada como uma balançada, uma sacudida para lembrar que ano que vem temos a Recopa Sul Americana, novamente a Libertadores, o campeonato Gaúcho e o Brasileiro. Manter a base e a cabeça no lugar e teremos mais um ano com títulos, o décimo consecutivo, quem mais pode ter isso? Saudações coloradas.

Guri para sempre....

Existem paixões de criança que com o passar dos anos não conseguimos esquecer. Quando era moleque o meu amor pelo futebol era uma coisa doida. Vinha de berço. Meu pai jogou futebol amador durante anos e eu acompanhava. Mais tarde comecei a jogar também.Minha declarada adoração pelo Inter de Porto Alegre fez com que despertasse minha curiosidade pela totalidade do futebol. Em um mundo sem vídeos games, televisão a cabo, celulares e toda a modernidade atual, o que restava a fazer era jogar futebol ou tentar repeti-lo na forma de brinquedo. Neste momento fui apresentado ao futebol de botão ou de mesa.Os primeiros times foram exatamente a dupla Gre-Nal. Com o passar dos anos fui adquirindo todos os times que eu admirava. Minha coleção é um retrato da minha paixão pelo futebol. São mais de 40 que incluem todos os grandes jogadores que admirei ao longo dos anos. Hoje quase não jogo , mas cuido muito da minha caixa onde guardo as relíquias e recomendo como um bom exercício e passa tempo. Minha coleção incluí os seguintes times: Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid, Valencia, Roma , Milan, Internazionale, Juventus, Olympique, Lyon, Sporting, Benfica, Porto, Celtic, Rangers, Ajax, Feyenoord, Psv, Dortmund, Hamburgo, Bayern Munchen, Manchester United, Liverpool, Arsenal, Chelsea, Tottenham, Aston Villa, Boca Juniors, River Plate, Independiente, Racing, Estudiantes, Nacional, Penarol, Olimpia, Cruzeiro, Fluminense, Flamengo, Vasco, São Paulo, Palmeiras, Santos e lógico Internacional.